"ESTAMOS FALANDO DE VIDAS, ISSO NÃO PODE SER TRATADO COM DESCASO", CHAMOU ATENÇÃO VILA NOVA PARA A NECESSIDADE DE HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO DO SAMU

Relatos reforçam necessidade de urgência no atendimento humanizado em Ilhéus
Durante o programa O Tabuleiro, nesta quarta-feira (5), na rádio Ilhéus FM, o comunicador Vila Nova trouxe à tona um relato alarmante sobre a atuação de parte da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Ilhéus. Vila expôs um caso que ilustra a falta de humanização em atendimentos de emergência, destacando que, embora existam profissionais dedicados e comprometidos, alguns ainda deixam a desejar, colocando vidas em risco.
O episódio relatado começou quando Vila recebeu um telefonema desesperado de um amigo, Raimundo Amaral, que sofreu uma queda em casa, resultando em uma fratura exposta. Após diversas tentativas frustradas de contato pelo número 192, Vila conseguiu um número alternativo e entrou em contato com o SAMU. Porém, ao relatar a gravidade da situação, enfrentou burocracia e falta de empatia no atendimento inicial. "Ela [atendente] me perguntou se ele estava ao meu lado. Expliquei que não, mas que ele precisava de ajuda. A resposta dela foi: ‘Ligue para ele e passe esse número para ele ligar diretamente’", desabafou Vila, que precisou insistir para que o caso fosse tratado com seriedade. Ao falar com a médica de plantão, ouviu novamente perguntas repetitivas e enfrentou mais demora. "Ela desligou o telefone na minha cara. Duas vezes. Foram 25 minutos entre a primeira ligação e a chegada da ambulância", completou.
Amaral precisou ser operado às pressas no Hospital Regional Costa do Cacau, mas a situação expôs o quão frágeis podem ser os minutos de espera para quem precisa de atendimento urgente.
Após o relato de Vila Nova, diversos ouvintes do programa compartilharam experiências semelhantes, revelando que o problema vai além de um caso isolado.
Eliana disse: "Passei por isso. Estava com um travamento na coluna, sem conseguir andar, liguei várias vezes e nada. Foi um amigo meu quem chamou o Corpo de Bombeiros. Quando a ambulância chegou, minha pressão já estava 19 por causa da dor."
Jamerson Araújo, do blog Agravo, também relatou um caso parecido. "Descobri da pior forma que o 192 não estava funcionando. Um amigo sofreu um acidente, e quando finalmente conseguimos falar com o SAMU, fomos informados que só havia duas ambulâncias disponíveis para a cidade inteira. No final, precisamos levar a pessoa ao hospital por conta própria."
Sandra Santos disse que a demora custou a vida de sua mãe. "Minha mãe sofreu uma queda em casa no dia 8 de janeiro. Ligamos por 20 minutos seguidos, até que meu irmão foi pessoalmente à base do SAMU para conseguir uma ambulância. Minha mãe infartou enquanto esperávamos. Essa falta de compaixão custou a vida dela."
Professora Francis destacou: "Quantas pessoas são humilhadas quando precisam do atendimento público. É como se estivessem fazendo um favor, quando na verdade é uma obrigação atender com respeito e amor."
A indignação de Vila Nova reflete um sentimento compartilhado por muitos: “Quem não gosta de gente, não deve trabalhar com gente.” Ele reforçou que profissionais que lidam com emergências precisam agir com empatia e agilidade, pois a diferença de minutos pode custar uma vida.
Embora reconheça que trotes sejam uma dificuldade para o SAMU, Vila defendeu que todas as chamadas precisam ser tratadas como legítimas até prova em contrário. "Existem formas de combater trotes, mas não se pode tratar qualquer ligação como brincadeira. A vida está em jogo."
O caso exposto por Vila Nova e os relatos dos ouvintes escancaram a necessidade de humanização no atendimento do SAMU em Ilhéus. Não se trata apenas de números ou protocolos, mas de vidas que dependem de respostas rápidas e compassivas.
Apesar das críticas, Vila Nova fez questão de reconhecer que existem profissionais no SAMU que são verdadeiramente comprometidos com suas funções e que exercem o trabalho com humanidade e dedicação. “Eu sei que, quando esses profissionais aí — não são poucos, são muitos — se dedicam, se entregam, e que, quando um profissional perde uma vida ali nas suas mãos, ele fica muito chateado, ele fica muito abalado porque ele gosta de ter salvado aquela pessoa", destacou o comunicador, reforçando que esses exemplos positivos devem ser valorizados e servir de inspiração para toda a equipe.
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