Especialista alerta para a importância da prevenção e o impacto da ansiedade na vida moderna

Durante entrevista ao programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, nesta quinta-feira (30), a psicóloga Priscila Martins, especialista em Psicologia Cognitiva, destacou a necessidade de priorizar a saúde mental no cotidiano e lamentou a pouca visibilidade do Janeiro Branco. “A gente fala bastante do Setembro Amarelo, mas até chegar lá precisamos prevenir a saúde mental, fazer essa prevenção”, afirmou.
Priscila abordou como o estilo de vida acelerado e imediatista tem intensificado os índices de ansiedade, problema no qual o Brasil lidera mundialmente. “O nosso estilo de vida mudou, ele é muito mais acelerado. Nós somos muito mais imediatistas”, analisou. Segundo a especialista, questões como finanças e relacionamentos são grandes influenciadores na saúde mental, mas enfrentá-los exige fortalecimento emocional: “Quando você não tem saúde mental, fica muito mais difícil passar pelas adversidades”.

Ela reforçou que cuidar da mente é um processo contínuo e desmistificou soluções mágicas. “Esqueça essa história de que uma sessão ou um curso vai transformar sua vida. Isso é passar a responsabilidade. É preciso um trabalho interno constante”, alertou.

Priscila também falou sobre os desafios de estabelecer limites e combater a dependência emocional. “Quanto mais bem resolvida eu sou, mais facilidade eu tenho de dizer ‘não’. Mas isso requer autoconhecimento e a consciência de que muitas vezes aceitamos situações ruins por ganhos secundários, como um pequeno benefício que nos mantém presos”, explicou.
No contexto das redes sociais, a especialista destacou como elas podem afetar a saúde mental, criando padrões irreais de comparação e insatisfação. “O visual faz isso com a gente, cristaliza uma cena como verdade absoluta. Precisamos observar se não estamos sendo generalistas, acreditando que ‘todo mundo está bem menos eu’. Essa mentalidade pode nos paralisar”, analisou.

Por fim, a psicóloga enfatizou a importância de pequenos momentos de autocuidado no dia a dia. “Se você não tem nem cinco minutos para si, o problema é muito maior do que você imagina. Até no banho, você pode fazer uma autoterapia. Pequenas ações trazem satisfação e ajudam a recarregar nossa bateria emocional”, concluiu.

Confira a entrevista completa:

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