Nazal lamentou o número reduzido de mulheres nas eleições, mas disse que o problema é histórico e a mudança é um processo lento

Um dado sobre as eleições municipais em Ilhéus chamou a atenção do historiador e fotógrafo, José Nazal Pacheco. Há 48 anos realizando a análise das eleições, Nazal afirmou nesta terça-feira (22), em entrevista ao programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, que a quantidade de mulheres aptas a votar em Ilhéus foi quase 10% a mais que os homens, e se elas tivessem votado em outras mulheres, a composição da Câmara teria um equilíbrio de gênero maior do que o atual, já que foram eleitos 19 homens e apenas 2 mulheres. "Nessas eleições nós tivemos 130.067 eleitores aptos. Destes, 45,9% eleitores homens e 54,2% mulheres. Uma maioria substancial, significativa. Foram 4 candidaturas a majoritária, sendo uma feminina. Duas se Wanessa não tivesse desistido. A mulher teve minoria na colocação da disputa. Nós tivemos 383 pedidos de registro de candidaturas para a eleição proporcional. Do total, 372 foram deferidas e 11 inaptas ou ainda estão sob recurso. Foram 258 homens e 125 mulheres inscritos. Ou seja, 67,4% de homens e 32,6% de mulheres. Se as mulheres tivessem votado na proporção da inscrição, nós teríamos 6 vereadoras e 15 vereadores. Nós temos agora 19 vereadores e 2 vereadoras. São 90,5% de homens e 9,5% de mulheres. Se a mulher tivesse votado na mulher, nós teríamos pelo menos 6 vereadoras, o que seria um equilíbrio. Nós temos que aprender a dar espaço a mulher, que a mulher é muito mais eficiente que o homem em muitas coisas", destacou.

Nazal lamentou o número reduzido de mulheres nas eleições, mas disse que o problema é histórico e a mudança é um processo lento. "As vezes as inscrições de mulheres como candidatas são apenas para cumprir a tabela, a regra legal", pontuou.

Confira a entrevista completa: