ACELEN: INVESTIMENTO DE R$ 12 BILHÕES NA BAHIA PODE SER CANCELADO
Embate com a Petrobras coloca em risco investimento de R$ 12 bilhões da Acelen
O presidente da Acelen, Luiz de Mendonça, deu detalhes sobre o pedido feito ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para adotar medidas preventivas contra a Petrobras (PETR3; PETR4).
Para ele, o imbróglio coloca em risco o crescimento do setor de refino no Brasil, inclusive os investimentos de R$ 12 bilhões em uma nova fábrica de biocombustíveis na Bahia, anunciados pela empresa em abril. A Acelen opera a Refinaria de Mataripe (ex-RLAM) pelo fundo de investimento árabe Mubadala.
“Lógico que pode [cancelar o investimento]. Preciso ter um posicionamento do Cade se a livre concorrência será defendida. Se a isonomia de preços de petróleo entre a empresa dominante que concorre comigo será garantida. A partir daí, o Cade vai dizer se existe um ambiente regulatório competitivo, confiável no Brasil. Se essas condições são dadas, a partir daí, é óbvio, confirmo todos os nossos planos de investimento”, disse o CEO em entrevista para o Broadcast/Estadão.
Na conversa, Mendonça ainda afirmou que a Petrobras vende petróleo para a Acelen 10% mais caro do que para as próprias refinarias, o que viola a isonomia da concorrência. “Ela é o competidor dominante, somos os agentes da ponta e estamos sendo apertados no petróleo", afirmou. "A gente não tem como escapar de comprar da Petrobras."
Para ele, o diálogo com a estatal se esgotou e, agora, cabe ao órgão da concorrência decidir se o País tem ou não regras claras de competição, uma decisão que pode afetar a imagem do Brasil.
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