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APÓS RIO CACHOEIRA SUBIR 9 METROS, NÍVEL DA ÁGUA COMEÇA A BAIXAR E MORADORES CONTABILIZAM PREJUÍZO EM ITABUNA

APÓS RIO CACHOEIRA SUBIR 9 METROS, NÍVEL DA ÁGUA COMEÇA A BAIXAR  E MORADORES CONTABILIZAM PREJUÍZO EM ITABUNA
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 27/12/2021 10h12

Mais de 1.500 famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas na cidade, segundo o prefeito Augusto Castro.

Moradores e comerciantes da cidade de Itabuna, no sul da Bahia, começam a contabilizar os prejuízos e limpar imóveis nesta segunda-feira (27), porque o nível do Rio Cachoeira começou a baixar. No domingo (26), o rio subiu nove metros e inundou o município.

Mais de 1.500 famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas na cidade, segundo o prefeito Augusto Castro. Ele detalhou ainda a preocupação é com as famílias ribeirinhas, que estão entre as mais afetadas pelo nível.

“Foram 48 horas de chuvas intensas. A nossa principal preocupação é a população da rede ribeirinha, porque nesse trecho o volume de água foi muito forte, ultrapassou os 140 mm de chuva. O número de famílias [desabrigadas ou desalojadas] ultrapassa 1.500. Nós colocamos essas famílias nas escolas, nos prédios públicos. Nos mobilizamos para dar suporte profissional, de alimento, de limpeza, de higiene”, pontuou ele.

O bairro Mangabinha é um dos mais atingidos pelos estragos da chuva. Um dos comerciantes que foi ao bairro para retirar produtos e equipamentos foi o Cleiton, que tem uma loja de eletrônicos. Ele não teve sobrenome divulgado.

“Nós chegamos aqui umas 5h. Como eu comecei a salvar as coisas na sexta-feira [24], eu consegui salvar umas 70% a 80% das coisas. Agora eu vim limpar. O meu foi um dos comércios que começou a escoar mais rápido, então eu já estou vindo limpar. Limpando para recomeçar”, avaliou Cleiton.

O também comerciante Ronaldo Lopes, que tem uma loja na Avenida Cinquentenário começou a retirar os produtos que o nível da água não alcançou. “Tudo o que a gente pode tirar, estamos tirando, para tentar evitar mais danos e prejuízos”, disse ele, emocionado.

O gerente comercial Franklin Bittar falou que nunca havia passado por essa situação e que precisou da ajuda de vizinhos para retirar móveis de dentro de casa.

“É desesperador, eu nunca passei por isso. Os vizinhos com a gente aí, ajudando. Subiu praticamente até o pescoço. Eu tentei entrar antes e [o nível da água] estava mais baixo. Botamos na casa dos vizinhos, mas [o nível da água] foi subindo a cada momento. Não dormimos e agora, para completar, eu tive que nadar para ver as coisas. Está tudo flutuando”, contou ele.

Desde o início da manhã, moradores se mobilizaram para resgatar vítimas que ficaram ilhadas nos imóveis. O pedreiro Jean Paulo improvisou uma espécie de canoa para retirar as pessoas das casas.

“Eu dei 85 voltas, desde as 4h, mas estamos aí. Já que nós perdemos o nosso lar, a gente não quer que as pessoas percam a vida. O restante a gente conquista aos poucos. Tem pessoas ilhadas, e são muitas, não são poucas. Precisamos de muito apoio”, pontuou ele.

A Ponte do Marabá chegou a ficar submersa e teve a estrutura afetada. Nesta segunda, ela já não está mais encoberta, mas foi interditada por causa do risco de desabamento. Uma avaliação será feita no local, para verificar os danos.

A estrutura de metal que fica nas laterais da ponte ficou retorcida por causa da força da água. Muitas roupas, pedaços de móveis arrastados e presos na ponte. A última vez que o Rio Cachoeira transbordou e alagou cidade foi em 1967, como conta o aposentado Carlos Aluísio de Mel.

“Pior do que essa, dez vezes, só a de 1967. Eu tinha 15 anos na época. Se continuar assim, o prejuízo para o comércio vai ser muito grande, como já foi em 67. Foi um prejuízo que deixou gente quase falido”, lembrou o aposentado.

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