Animal estava sendo monitorado desde junho, quando foi visto pela primeira vez em Ituberá

 A aparição de um elefante marinho macho, de aproximadamente 2 metros de comprimento e 300 quilos, no dia 30 de outubro, no Banco da Vitória, em Ilhéus, ganhou grande repercussão nas últimas semanas. Batizado de Frodo, o animal foi transferido para nesta sexta-feira (15), para um centro de reabilitação, onde passará por exames e, posteriormente, será devolvido para o mar, seu habitat natural. O resgate foi uma ação conjunta envolvendo equipes de institutos ambientais, Corpo de Bombeiros e Cippa. 

Frodo foi visto pela primeira vez em junho no rio Santarém, em Ituberá, e desde então estava sendo monitorado pelo Instituto Mamíferos Aquáticos. Segundo a médica veterinária do IMA, Adriana Colosio, nesses 5 meses, o animal dobrou se peso e está saudável. "Ele está apresentando uma boa camada de gordura e apresentava o comportamento de caça e descanso que é o habitual da espécie. Demonstrava estar alerta e consciente todas as vezes que tivemos oportunidade de observá-lo. Ele está com algumas cicatrizes de ferimentos antigos e outros recentes, mas até isso indica que ele está bem, com a imunidade respondendo", explicou.

A transferência do animal foi extremamente importante para a saúde dele. Adriana disse que existia o risco de Frodo contrair alguma doença, principalmente de animais domésticos como parvovirose e toxoplasmose, além da água poluída do rio que ele estava usando, com altos níveis de coliformes fecais e salmonelose. 

A médica afirmou também que a população do Banco da Vitória adotou Frodo e ajudou no monitoramento. "Tem pessoas que acham que ele é um peixe estranho e que é só mais um animal de caça. Por sorte, ele foi parar num local que a comunidade toda gosta e se preocupa" declarou.

Por ano, o aparecimento de pelo menos um elefante marinho é registrado no litoral do nordeste. O animal habita, na maioria das vezes, em águas frias da Antártida e também pode ser encontrado em locais de gelo na Argentina. As mudanças climáticas podem estar influenciando no surgimento desses animais no litoral brasileiro.