O secretário municipal de cultura de Ilhéus falou durante entrevista ao programa que já existem empresas em negociação para aderirem ao projeto Naming Rights

O casarão localizado na rua Conselheiro Dantas, centro de Ilhéus, já tem um novo dono. O leilão aconteceu no dia 26 de junho e o prédio, que estava abandonado e ameaçava desabar, tinha lance mínimo de R$ 670 mil e foi arrematado por R$ 2 milhões. O prédio, datado do início do século XX e tombado como patrimônio histórico municipal, já abrigou a sede da Marinha Mercante na cidade e foi cedido à Prefeitura de Ilhéus em 2018 para a instalação da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo. 

O leilão estava previsto para o dia 21 de maio, mas foi remarcado após a Comissão Permanente de Licitação da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), acatar a ação de impugnação feita pelo Coletivo Preserva Ilhéus.

Os autores da ação observaram que o edital do leilão não prescrevia o fato do imóvel ser protegido pela Lei municipal n° 2.312, de 1° de agosto de 1989, que cria e delimita o Centro Histórico da cidade de Ilhéus. Como resultado da impugnação, o edital passou a ter um anexo, informando aos interessados sobre a lei e não poderia ter sua arquitetura modificada em virtude de reforma total ou parcial. O historiador e fotógrafo José Nazal, já havia falado, no programa O Tabuleiro, sobre a existência da lei que protege 82 imóveis do município. 

A situação dos prédios históricos de Ilhéus é uma preocupação constante para entidades que zelam pela preservação da cultura e história da cidade. No dia 30 de maio deste ano, uma parte da fachada do prédio da União Protetora dos Artistas, que fica na Avenida Dois de Julho, desabou. 

O secretário municipal de cultura, Geraldo Magela, falou durante uma entrevista ao programa no dia 6 de maio, que um levantamento foi realizado com todo o patrimônio histórico, artístico e cultural de Ilhéus, para propor a criação de um fundo específico direcionado para a manutenção e preservação do patrimônio histórico. O secretário voltou a falar sobre o assunto nesta quinta-feira (11), durante o programa O Tabuleiro, na rádio Ilhéus FM, e citou o projeto de lei Naming Rights, que já foi aprovado e sancionado. O projeto foi apresentado no dia 21 de junho, pelo ex-secretário de gestão, Bento Lima, em entrevista ao OTabuleiro, e consiste consiste na aquisição dos direitos de nomeação de estádios, arenas, e outros espaços por parte de empresas que buscam aumentar a visibilidade de suas marcas. Nesta quinta-feira (11), Magela disse que algumas empresas já estão interessadas nos casarões de Ilhéus. "Já estamos em processo de negociação para empresas apoiarem. Todos os prédios estão sendo colocados em discussão. Já tem um grupo de estudo com historiadores, arquitetos, para acompanhar o trabalho de manutenção", contou.

A participação da iniciativa privada é um tema bastante discutido no programa O Tabuleiro e deve ser pensado como uma alternativa eficaz e urgente para a preservação e conservação do patrimônio histórico da cidade.