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INAUGURAÇÃO DO CAMPUS DA UFSB REÚNE BOLSONARISTAS E LULISTAS EM CLIMA DE TRÉGUA

INAUGURAÇÃO DO CAMPUS DA UFSB REÚNE BOLSONARISTAS E LULISTAS EM CLIMA DE TRÉGUA
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 07/05/2022 11h35

O clima era de trégua solene.

O Campus Jorge Amado, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), ocupa parte da extensa propriedade da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), à margem da BR-415, em Ilhéus. Como os prédios ficam a 2,5 quilômetros da entrada da Ceplac, quando as aulas começarem, no próximo mês, estudantes e trabalhadores que não têm veículos próprios farão o percurso em ônibus a serviço da Universidade. No final do trajeto, encontra-se o conjunto arquitetônico cercado pelo verde escuro da Mata Atlântica. Foi nesse ambiente bucólico que aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT) se reuniram, nesta sexta-feira (6), para a inauguração do campus.

O clima era de trégua solene. Lá estavam o quinto ministro da Educação de Bolsonaro, Victor Godoy, e o deputado federal João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania e único pré-candidato a governador na solenidade. Ao redor da dupla bolsonarista, dezenas de apoiadores do ex-presidente Lula, a exemplo do vice-prefeito de Ilhéus, Bebeto Galvão (PSB), do presidente do Sindicato dos Bancários de Ilhéus, Rodrigo Cardoso, e do pré-candidato a deputado federal Wenceslau Júnior, ambos do PCdoB.

Apesar da cordialidade, havia hesitação nos gestos, como o lapso entre o anúncio do pronunciamento de Roma, pelo cerimonial, e as palmas puxadas por alguém na mesa e acompanhadas pela plateia.

Não faltou quem protestasse, mas baixinho, respeitando o rito. Foi o caso de um jovem negro de turbante. Ao ouvir o ministro da Educação afirmar que o Brasil foi dos países que mais retardaram o retorno às aulas, ele resmungou alguma coisa sobre a demora do governo federal de comprar as vacinas contra a Covid-19. Agora, segundo o ministro, o país precisa de uma política consistente de recuperação do tempo de aprendizagem perdido pelos estudantes.

Quando João Roma terminou de dizer que teve uma conversa “frutífera” e “para além de qualquer fronteira partidária, política ou ideológica” com a reitora Joana Guimarães, ainda nos tempos do Ministério da Cidadania – dos quais conserva o uso do colete com a bandeirinha do Brasil no peito -, uma mulher na plateia retrucou que, se dependesse do presidente Jair Bolsonaro, a UFSB nem existiria.

No fim do pronunciamento, o pré-candidato arrancou aplausos de boa parte do público ao defender a recuperação da Ceplac. Segundo ele, a instituição não pode ser símbolo de atraso ou de um momento triste da história da Bahia. “Mas, sim, ter uma reparação histórica para que possamos, cada vez mais, através das nossas potencialidades e reparações históricas, representar, sim, muita superação, superação de dificuldades, mas, sobretudo, representar a autoestima do povo baiano”.

O discurso da reitora Joana Angélica Guimarães foi, de longe, o mais aplaudido da tarde. Dedicou boa parte dele a agradecimentos, enfatizando a parceria que viabilizou o terreno do Campus Jorge Amado. “Não poderia esquecer o senhor Juvenal Maynart, que, como superintendente da Ceplac, com sua sensibilidade e empenho, tornou possível a cessão desse espaço em que hoje nos instalamos. Em seu nome, gostaria de agradecer a toda a comunidade da Ceplac, que tem sido parceira da UFSB desde a sua chegada”.

Para a reitora, sem a convergência das instituições e das pessoas que se mobilizaram coletivamente, a UFSB não teria saído do papel. Ilustrou seu argumento com a letra da música Prelúdio, do baiano Raul Seixas. “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”.

Do Pimenta Blog

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