ITABUNENSE É INOCENTADO APÓS 13 ANOS DA ACUSAÇÃO DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO, EM SALVADOR
Marcos Terra Verde chegou a ficar preso por quatro dias, mas ganhou o direito de responder ao processo em liberdade.
Após 13 anos de ter o seu nome registrado nos autos das polícias civil e militar, do Ministério Público Estadual e da Justiça, acusado de ter sido autor de disparos de arma de fogo contra um casal em Salvador e ter passado 4 dias preso por causa da acusação, tendo sua voz, sua defesa, seu testemunho cerceados nas várias fases processuais da investigação, finalmente, o técnico agrícola itabunense Marcos Antônio dos Santos Costa (‘Marcos Terra Verde’), 59 anos, foi inocentado nesta terça-feira, 11, em audiência de instrução que aconteceu em Salvador, onde mora e trabalha há 25 anos.
Tendo sido funcionário público em Itabuna nas gestões de Ubaldo Dantas, Fernando Gomes (2ª gestão) e Geraldo Simões (1ª gestão), Marcos deixou Itabuna para trabalhar em Salvador. Entre cargo de confiança no município soteropolitano ao cargo de gerente de uma importante empresa de paisagismo, teve sua vida revirada do avesso depois de ter sido reconhecido por uma senhora branca como autor dos disparos que lhes foram efetuados contra ela e seu marido. Detalhe: a ocorrência dos disparos foi registrada há cerca de um ano antes de ter sua prisão decretada e executada; o reconhecimento se deu pelo carro de Marcos ser parecido com o carro utilizado no atentado; e Marcos fora apontado como o homem negro que o dirigia.
O capítulo que essa história ganhou na audiência de instrução desta terça foi o mais importante de todos, classificado pelo técnico agrícola como o único em que efetivamente ganhava voz para compartilhar a sua versão da história que, corroboradas com as provas apresentadas por sua defesa, teve finalmente reconhecida a acusação falsa e ganhado o status quo de “inocente”.
Em contato com o iPolítica, questionou-se ao agora inocentado Marcos Antônio se ele pretende mover alguma ação de reparação pelos 13 anos em que foi acusado por um crime que não cometeu. Disse que está estudando com sua defesa quais serão os próximos passos. A ocorrência de maior peso que está se estudando, agora, é o de ter sido vítima de racismo estrutural. “Nem todo preto é bandido, tem preto que é trabalhador”, relembrando a entrevista que concedeu ao Café iPolítica.
Fonte Ipolitica
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