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JUSTIÇA MANDA BLOQUEAR MEIO MILHÃO DE REAIS DA PREFEITURA DE ILHÉUS PARA OBRAS DE CONSERVAÇÃO DO GENERAL OSÓRIO

JUSTIÇA MANDA BLOQUEAR MEIO MILHÃO DE REAIS DA PREFEITURA DE ILHÉUS PARA OBRAS DE CONSERVAÇÃO DO GENERAL OSÓRIO
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 09/04/2025 08h19
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Decisão judicial visa garantir a preservação do prédio histórico que abriga a Biblioteca Municipal Adonias Filho

A Justiça da Bahia determinou o bloqueio de até R$ 500 mil das contas da Prefeitura de Ilhéus para garantir a execução de obras de segurança no prédio histórico conhecido como General Osório, onde funcionava a Biblioteca Municipal Adonias Filho. A decisão foi proferida pela juíza Monique Ribeiro de Carvalho Gomes, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ilhéus, no âmbito da Ação Civil Pública nº 0008339-32.2011.8.05.0103, proposta pelo Ministério Público da Bahia em 2011.

A ação judicial foi movida inicialmente pela promotora Karine Cherubini, ainda na gestão do então prefeito Newton Lima, diante da omissão do poder público quanto à conservação do patrimônio arquitetônico municipal. Ao longo dos anos, diversas decisões judiciais reforçaram a obrigatoriedade da Prefeitura em realizar obras emergenciais no imóvel, classificado como de grande valor histórico e cultural para a cidade.

Apesar das determinações, a Prefeitura não cumpriu as ordens judiciais em gestões seguintes, incluindo as dos ex-prefeitos Jabes Ribeiro e Mário Alexandre. Mesmo diante de liminares e multas diárias estabelecidas desde 2012, o prédio seguiu em deterioração.

Em sua decisão mais recente, a juíza considerou que houve “resistência injustificada” ao cumprimento da medida e destacou a importância da preservação do patrimônio cultural. Diante da inércia do Município, determinou o bloqueio via sistema SISBAJUD e ordenou que os valores sejam destinados à realização das obras, com base em um plano de aplicação a ser aprovado pelo Juízo.

A decisão judicial também ressalta que o Município de Ilhéus já havia sido multado em R$ 5 mil por dia pelo não cumprimento da liminar anterior. A tentativa da Prefeitura de recorrer foi considerada intempestiva, e a decisão transitou em julgado em 2020. Segundo a juíza Monique Ribeiro, o bloqueio de valores encontra respaldo no artigo 139, IV, do Código de Processo Civil, que permite medidas coercitivas para assegurar o cumprimento de ordens judiciais. O valor, se bloqueado, será transferido para conta judicial vinculada ao processo e poderá ser usado exclusivamente nas obras, conforme plano a ser aprovado pelo Juízo.

O Coletivo Preserva Ilhéus, formado por voluntários e organizações da sociedade civil, passou a acompanhar o processo como amicus curiae desde 2022, contribuindo com a fiscalização das etapas e reforçando a cobrança por medidas efetivas de proteção ao imóvel.

O historiador e ex-vice-prefeito de Ilhéus, José Nazal, destacou a importância histórica e simbólica do prédio do General Osório. “É um patrimônio que a gente precisa preservar por mais 100, 200 anos. Ele foi inaugurado em 31 de dezembro de 1915 e completa 110 anos no final deste ano”, ressaltou. Nazal lembrou ainda que, à época da inauguração, a importância da obra foi tamanha que um fotógrafo da Inglaterra, veio registrar o edifício, o que evidencia o valor cultural atribuído ao imóvel desde sua origem.

Apesar das condições visivelmente precárias do prédio, Nazal acredita que a estrutura se mantém segura. “Tenho convicção pessoal, baseada em registros fotográficos que fiz, de que ele ainda resiste. A sustentação é feita com trilhos, e não com ferragens modernas. Foi uma construção feita com zelo e durabilidade, diferente da lógica de hoje”, afirmou.

O historiador defende que o imóvel seja restaurado com responsabilidade e respeito à sua arquitetura original, incluindo a recuperação das esquadrias, telhado, parte elétrica e hidráulica, além de adaptações para garantir acessibilidade. Ele também sugere que o prédio continue com função pública e cultural, seja como biblioteca ou sede de secretarias de Cultura e Turismo, com espaços de exposição e auditório. Nazal também relembrou a mobilização da sociedade civil contra uma proposta da gestão anterior que previa transformar parte do pátio do imóvel em estação de transbordo. “Felizmente conseguimos barrar essa proposta indecente”, afirmou.

Confira a decisão:

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Resposta de Cláudio Assis

Deveria bloquear sãs contas do Estado,pois a situação está assim desde o governo estadual e prefeito municipal passados.

★ ★ ★ ★ ★ Em 11-04-2025 às 02-04h 5
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