MAIORIA DO PP BAIANO QUER REEDITAR ALIANÇA COM O PT E DIRIGENTE ASSUME POSSIBILIDADE DE MUDANÇA
Jerônimo precisa do PP para ter uma maioria mais folgada na Assembleia Legislativa.
Ser ou não ser governo? Eis o dilema shakespeariano do PP baiano. Enquanto a cúpula do partido defende abertamente fidelidade ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) no plano estadual, a esmagadora maioria dos prefeitos e deputados encenam mudar de lado novamente e apoiar o governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT). “Tudo pode acontecer, inclusive nada”, disse, em tom dramático, o secretário-geral do partido na Bahia, Jabes Ribeiro.
“Estamos atentos aos movimentos das forças políticas para que tenhamos sempre uma decisão consensual. Temos nesse instante uma aliança com o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), do grupo de ACM Neto, e nada mudou, tanto que nas eleições nenhum deputado do PP declarou apoio a Jerônimo. Mas levamos 14 anos de aliança com o governo da Bahia e existem relações boas e contatos positivos. Essa questão estamos discutindo”, acrescentou o dirigente pepista em conversa com o Toda Bahia.
Jerônimo precisa do PP para ter uma maioria mais folgada na Assembleia Legislativa. Olhando apenas a matemática, sem observar as nuances do pragmatismo político, o próximo governador elegeu 33 aliados. A oposição fez 30 deputados, incluindo os seis pepistas: Antônio Henrique Júnior, Eduardo Salles, Felipe Duarte, Hassan de Zé Cocá, Nelson Leal e Nitinho.
Segundo apurou o site Toda Bahia, dos seis parlamentares do PP, ao menos quatro estão propensos a levar o partido de volta para os braços petistas: Eduardo Salles, Felipe Duarte, Nelson Leal e Nitinho. Nesta quinta-feira (17), Jerônimo confirmou que tem mantido conversas com os deputados pepistas.
“No caso do PP, estamos dialogando com alguns parlamentares federais e estaduais. Mas a Executiva estadual dificulta muito com um tratamento que não é bom, não é adulto e maduro na política partidária. A direção não facilita”, queixou-se o petista em conversa com jornalistas durante a inauguração de uma obra de contenção de encostas no Lobato, em Salvador, ao lado do governador Rui Costa (PT).
Presidente do PP baiano, o ainda vice-governador e deputado federal eleito João Leão afirmou que fará a tal oposição responsável ao governo de Jerônimo. Ele negou a intenção de retornar à base governista. “Nós somos oposição, quero me manter oposição, porém não serei oposição ao povo”.
O deputado federal pepista Cacá Leão foi na mesma linha, em nota. “Estou focado, vou cuidar um pouco da minha vida. Estou pensando até em estudar, começar um mestrado, mas sempre participando efetivamente do processo de discussão da política, dentro do meu partido, ao lado dos meus amigos, ao lado de ACM Neto, que foi onde as urnas nos colocaram”, declarou.
No plano federal, dos quatro deputados eleitos pelo PP, apenas Leão seria um obstáculo momentâneo à adesão. Seriam a favor Neto Carletto, Cláudio Cajado e Mário Negromonte Júnior. Entre os prefeitos, segundo um gestor municipal do próprio PP, “99% defendem a aliança com o PT”. “Aliás, a maioria de nós nunca deixou a base”, frisou o prefeito.
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