Resposta de Kall Viana

Carta aberta da Comunidade de Ponta da Tulha Ponta da Tulha uma comunidade centenária que tem uma das mais lindas praias do litoral Sul da Bahia, acomodamos nas nossas humildes vielas durante todos esses anos milhares de turistas oriundos de muitas partes não apenas do nosso país, como também do mundo. Entendemos que nossas dificuldades são dificuldades vividas por muitas outras comunidades, porém, estamos cansados dos descasos do nosso poder público em todas as áreas. Nossas ruas estão em estado de calamidade pública, na chuva andamos na lama, as águas invadem nossas casas, não temos para onde escoar as águas das ruas. Não temos água potável para nosso consumo, 40% das nossas residências usam água bruta da represa, os outros 60%, usam água de poço, e muitas das vezes não mantém a distância mínima e segura entre a fossa e o poço... Isso mesmo infelizmente usamos água com resíduos de fezes. As famílias q podem pagam 10 reais em um galão de 20l de água Durante o período de sol sofremos com a poeira, nesse mesmo período recebemos nossos turistas, é nesse momento que passamos vergonha mundial. E olha que os turistas são apenas visitas... Não vivenciam nossa real situação. Não precisam de atendimento médico em um local sem estrutura, sem salas, com clinico que atende 1 vez por semana, e absorve as demandas de todas as outras comunidades vizinhas. Precisamos de um PSF, estruturado com ginecologista, pediatra, dentista, e uma enfermeira todos os dias da semana. Os filhos dos turistas não estudam na nossa creche que não tem estrutura para acolher nossas crianças, um local úmido, com cerca de arame farpado, sem área de lazer, quando nossas crianças chegam nos anos iniciais as salas alagam, os forros caem, não usam o banheiro no tempo de chuva pois os resíduos da fossa retornam. Nos anos finais nossos adolescentes ficam instalados em uma antiga pousada que as salas são minúsculas e a estrutura totalmente inadequada. No ensino médio os jovens sofrem com ônibus lotados tanto na ida quanto na volta da escola. Nesse mesmo sofrimento de transporte coletivo lotado, nossa comunidade como um todo sofre com apenas 5 horários de ida e volta para o centro da cidade, nos tirando nosso direito de ir e vir.