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MOVIMENTO LGBTQIAPN+ EMITE NOTA DE REPUDIO SOBRE USO INDEVIDO DE COTAS PARA MULHERES E TRANS NAS ELEIÇÕES DE ILHÉUS

MOVIMENTO LGBTQIAPN+ EMITE NOTA DE REPUDIO SOBRE USO INDEVIDO DE COTAS PARA MULHERES E TRANS NAS ELEIÇÕES DE ILHÉUS
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 15/10/2024 18h24

O movimento lamentou que um direito difícil de ser conquistado seja tratado com vulgaridade

O Movimento LGBTQIAPN+ emitiu uma nota nesta terça-feira (16), repudiando o uso indevido de cotas para mulheres e trans nas eleições municipais em Ilhéus. Em nota, o movimento afirma que tem em todo o mundo um histórico de luta por respeito, equidade de direitos e dignidade para esta população que sofre violência por todos os lados, perpassando inclusive pelas oportunidades. O movimento lamentou que um direito difícil de ser conquistado seja tratado com vulgaridade e irresponsabilidade, ao perceber que pessoas cisgênero, independente da sua orientação sexual, estariam se inscrevendo no processo eleitoral como pessoa transgênero na cota feminina, unicamente para favorecer partidos e permitir que estes

cumpram a cota de gênero exigida pelo Superior Tribunal Eleitoral.

Confira a integra:

A luta Trans, sempre pioneira no movimento está longe de ser vista como fácil. O conflito consigo mesmo (a), a relação com a família, o direito ao amor, às relações, ao casamento, ao emprego e porque não, ao pleno acesso à política e seus diversos

papéis, é um processo que toda pessoa transgênero vive, viveu ou viverá. No Brasil, graças às lutas sociais e aos partidos de esquerda, que dão voz às minorias, conseguimos, graças a uma interpretação lúcida da Constituição obter junto ao STF, direitos básicos a todo cidadão, e o mais importante: o direito de sermos quem somos referendadas pela Lei.

Em um sistema maduro e bem pensado, no que diz respeito ao processo eleitoral e prevendo a equidade de gênero nos processos eleitorais, a lei brasileira prevê uma cota mínima de gênero com o objetivo de dar acesso e garantir que ambos os gêneros tenham acesso e possam concorrer representando de forma mais realista a sociedade brasileira. Neste quesito da garantia mínima de participação de mulheres no processo eleitoral, a lei exige um mínimo de 30% de candidaturas femininas, e graças a Lei, mulheres transgênero estão incluídas nesta cota.

Antes de qualquer coisa reconhecemos que dentro das manifestações da Transexualidade/Transgeneridade/Mulheridade existem uma gama gigante de

possibilidades de identidades e expressões de gênero.

Há pessoas que por escolha ou falta de condições não passam pelo processo que costumamos chamar se "Transição de gênero", (quando o indivíduo realiza mudanças a fim de adequar ao gênero ao qual se identifica).

Nós da ATTRAI +DIVERSIDADE (ASSOCIAÇÃO DE TRAVESTIS E

TRANSEXUAIS DE ILHÉUS), lamentamos que um direito tão difícil de ser conquistado seja tratado com tamanha vulgaridade e irresponsabilidade.

Ao perceber a possibilidade de pessoas cisgênero, independente da sua orientação sexual, estarem se inscrevendo no processo eleitoral como pessoa transgênero na cota feminina, unicamente para favorecer partidos e permitir que estes

cumpram a cota de gênero exigida pelo Superior Tribunal Eleitoral.

Lembramos que os partidos recebem a verba para execução das campanhas que dependem do atendimento a tais cotas.

A ATTRAI + DIVERSIDADE repudia a balbúrdia ocorrida no processo eleitoral ilheense, tanto no não cumprimento da cota de gênero quanto na efetiva fraude de

registro ilegal amparado na falsa autodeclaração de Transgeneridade.

Não é possível aceitar pessoas que só se autodeclarem Trans em período

eleitoral, vivendo cotidianamente como uma pessoa cis. Transexualidade não é um estado conveniente onde as pessoas se autodeclaram quando lhe convém. É preciso estar atento a todo tipo de fraude que pessoas maliciosas se propõem por dinheiro e

poder. E para lembrar, deixamos aqui aquela máxima: "Travesti não é bagunça!" Não somos fantasias de carnaval nem tão pouco papéis temporários, somos pessoas que vivemos plenamente nossa condição de gênero e que por este motivo

enfrentamos diariamente a negação de direitos mínimos como saúde, emprego e oportunidades.

Atenciosamente,

Miretty Di Biachio Neves Amaral

Presidenta da ATTRAI +DIVERSIDADE

Ilhéus, 16 de outubro de 2024."

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