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NOTA DE REPÚDIO

NOTA DE REPÚDIO
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 15/10/2024 18h06

A luta Trans, sempre pioneira no movimento está longe de ser vista como fácil.

O Movimento LGBTQIAPN+ em todo o mundo tem um histórico de luta por

respeito, equidade de direitos e dignidade para esta população que sofre violência por
todos os lados, perpassando inclusive pelas oportunidades.
A luta Trans, sempre pioneira no movimento está longe de ser vista como fácil.
O conflito consigo mesmo (a), a relação com a família, o direito ao amor, às relações,
ao casamento, ao emprego e porque não, ao pleno acesso à política e seus diversos
papéis, é um processo que toda pessoa transgênero vive, viveu ou viverá.
No Brasil, graças às lutas sociais e aos partidos de esquerda, que dão voz às
minorias, conseguimos, graças a uma interpretação lúcida da Constituição obter junto
ao STF, direitos básicos a todo cidadão, e o mais importante: o direito de sermos quem
somos referendadas pela Lei.
Em um sistema maduro e bem pensado, no que diz respeito ao processo eleitoral
e prevendo a equidade de gênero nos processos eleitorais, a lei brasileira prevê uma
cota mínima de gênero com o objetivo de dar acesso e garantir que ambos os gêneros
tenham acesso e possam concorrer representando de forma mais realista a sociedade
brasileira. Neste quesito da garantia mínima de participação de mulheres no processo
eleitoral, a lei exige um mínimo de 30% de candidaturas femininas, e graças a Lei,
mulheres transgênero estão incluídas nesta cota.
Antes de qualquer coisa reconhecemos que dentro das manifestações da
Transexualidade/Transgeneridade/Mulheridade existem uma gama gigante de
possibilidades de identidades e expressões de gênero.
Há pessoas que por escolha ou falta de condições não passam pelo processo
que costumamos chamar se "Transição de gênero", (quando o indivíduo realiza
mudanças a fim de adequar ao gênero ao qual se identifica.)
Nós da ATTRAI +DIVERSIDADE (ASSOCIAÇÃO DE TRAVESTIS E
TRANSEXUAIS DE ILHÉUS), lamentamos que um direito tão difícil de ser conquistado
seja tratado com tamanha vulgaridade e irresponsabilidade.
Ao perceber a possibilidade de pessoas cisgênero, independente da sua
orientação sexual, estarem se inscrevendo no processo eleitoral como pessoa
transgênero na cota feminina, unicamente para favorecer partidos e permitir que estes
cumpram a cota de gênero exigida pelo Superior Tribunal Eleitoral.
Lembramos que os partidos recebem a verba para execução das campanhas que
dependem do atendimento a tais cotas.
A ATTRAI + DIVERSIDADE repudia a balbúrdia ocorrida no processo eleitoral
ilheense, tanto no não cumprimento da cota de gênero quanto na efetiva fraude de
registro ilegal amparado na falsa autodeclaração de Transgeneridade.
Não é possível aceitar pessoas que só se autodeclarem Trans em período
eleitoral, vivendo cotidianamente como uma pessoa cis. Transexualidade não é um
estado conveniente onde as pessoas se autodeclaram quando lhe convém. É preciso
estar atento a todo tipo de fraude que pessoas maliciosas se propõem por dinheiro e
poder.
E para lembrar, deixamos aqui aquela máxima: "Travesti não é bagunça!"
Não somos fantasias de carnaval nem tão pouco papéis temporários, somos
pessoas que vivemos plenamente nossa condição de gênero e que por este motivo
enfrentamos diariamente a negação de direitos mínimos como saúde, emprego e
oportunidades.
Atenciosamente,
Miretty Di Biachio Neves Amaral
Presidenta da ATTRAI +DIVERSIDADE
Ilhéus, 16 de outubro de 2024

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