O local existe há mais de 100 anos e pertence ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); o prédio foi cedido para a prefeitura por um convênio, porém não foi utilizado pelo município

Um ouvinte do programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, fez uma reclamação ao vivo sobre um prédio, de mais de 100 anos, que fica na esquina da Rua Conselheiro Dantas, sentido a Igreja de São Jorge, em Ilhéus. Ele disse que a prefeitura retirou um tempo atrás muito lixo do local, mas que hoje está completamente abandonado, servindo de moradia para pessoas em situação de rua, usuários de drogas, e voltou a ser utilizado como depósito de lixo, causando mau cheiro e problemas na região.

O palacete pertence ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Em 2016, o imóvel foi cedido à Prefeitura e ali seria sede da secretaria de Urbanismo, Planejamento e Meio Ambiente. Porém, não foi utilizado pelo município. Após a denúncia da não utilização, do abandono e da falta de conservação do local, o Ministério Público revogou a homologação do convênio, e o prédio voltou a pertencer ao MAPA. O local foi residência do Coronel Aureliano Brandão Pinto, mais conhecido como Tico Brandão, e já abrigou a sede da Marinha Mercante. 

Em janeiro de 2021, parte da estrutura do prédio histórico desabou e por pouco não atingiu pedestres que todos os dias circulam pelo local.

O local é protegido pela Lei Municipal 2312/89, e sua fachada teria que ser preservada. Porém, o que vimos em 2021 foram servidores derrubando com marretas partes da fachada que ainda apresentavam perigo.

Assim como o palacete na Rua Conselheiro Dantas, muitos outros prédios históricos da cidade vêm apresentando abandono e fata de conservação. Os locais na maioria das vezes estão sujos, servindo de moradia imprópria e possíveis criadouros do mosquito Aedes Aegypti, transmissor de doenças como a dengue, a chikungunya e a zika virus. Para além do risco de doenças e acidentes, existe também a falta de políticas públicas e projetos de recuperação desses imóveis, que fazem parte da história e cultura de uma das cidades mais antigas do Brasil.

Se faz necessária urgentemente a cobrança de projetos de conservação e melhorias desses prédios, aos órgãos competentes, sejam representantes da cultura em Ilhéus, secretaria municipal de cultura, Ministério da Cultura e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).