PRESIDENTE DA CAIXA É ACUSADO DE ASSÉDIO POR FUNCIONÁRIAS
Pedro Guimarães é presidente da Caixa desde o início do atual governo. O chefe da estatal é presença frequente em eventos ao lado de Jair Bolsonaro (PL), além de participar várias vezes da live semanal do presidente.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães, foi acusado de assédio sexual a funcionárias durante viagens e eventos da estatal. As denúncias foram feitas ao site Metrópoles e reveladas hoje. De acordo com a reportagem, os casos estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal e foram ouvidos ao longo de semanas, sob sigilo.
Pedro Guimarães é presidente da Caixa desde o início do atual governo. O chefe da estatal é presença frequente em eventos ao lado de Jair Bolsonaro (PL), além de participar várias vezes da live semanal do presidente.
As denúncias, que incluem toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis à relação de trabalho, começaram a surgir no fim do ano passado. Todas as mulheres que falaram ao site, sem que seus nomes fossem divulgados, trabalham ou trabalharam em equipes que atendem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa.
As cinco entrevistadas disseram que se sentiram abusadas em diferentes ocasiões, e sempre em compromissos de trabalho. Os casos aconteceram, muitas vezes, em viagens relacionadas ao programa Caixa Mais Brasil. Segundo relato, o presidente do banco escolhe, preferencialmente, "mulheres bonitas" para as comitivas nas viagens. De acordo com Ana, uma das funcionárias que denunciaram o assédio, o comunicado de escolha é como um prêmio.
Outra prática comum, segundo as funcionárias, é que mulheres que despertam a atenção de Guimarães durante as viagens sejam chamadas para atuar em Brasília, muitas vezes promovidas hierarquicamente sem preencher requisitos necessários. A prática deu, inclusive, origem a uma expressão usada para se referir a elas: "disco voador".
Muitas funcionárias relataram terem sido chamadas a irem ao quarto do chefe. Duas delas relatam terem sido chamadas com suposta urgência para levar itens que Guimarães precisava: "Ele pede carregador de celular, sal de fruta, remédios", relata Beatriz*, outra vítima que conversou com o site. Ao chegar ao quarto, as funcionárias relatam constrangimento. Segundo Beatriz, uma dessas vezes ela foi convidada a voltar ao local para "discutir a carreira". Segundo Beatriz, ela tem crises de pânico ao ser escalada para novas viagens: "Tenho medo da pessoa. Agora eu tento literalmente me esconder nas agendas", afirma, e completa: "Agora, quando viajo, coloco cadeira na porta do quarto. Fico com medo de alguém bater."
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