VEREADOR NAL DO DETRAN VAI APRESENTAR PROJETO DE LEI PARA HOMENAGEAR ZÉ TIRO SECO
Radialista Altamiro Viana, criador do icônico personagem, é lembrado por sua contribuição histórica à comunicação em Ilhéus
Há quase oito anos, Ilhéus perdeu um dos maiores nomes da comunicação regional. Altamiro Viana da Silva, conhecido como Zé Tiro Seco, faleceu em 28 de março de 2017, aos 78 anos. Seu legado, porém, segue vivo na memória coletiva de Ilhéus, sendo constantemente lembrado por sua dedicação ao rádio e à comunidade. Nesta quinta-feira (23), o radialista foi tema do programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, onde ouvintes e comunicadores reforçaram a importância de homenageá-lo.
Durante o programa, a ouvinte Edeuzuita destacou o papel essencial de Zé Tiro Seco como elo entre a zona urbana e a rural: “Aqui em Ilhéus, nós precisamos realmente homenagear pessoas valorosas. Radialistas como Zé Tiro Seco, que prestaram um serviço muito importante na comunicação. Meu avô morava na roça depois de Ubaitaba, não tinha telefone, e ele nos colocava no ar. A gente mandava recado e depois falava de novo. Prestou um serviço na comunicação excelente. Ele merece ser homenageado."
O comunicador Vila Nova complementou: “Zé era o elo da cidade inteira. Tinha um programa às cinco horas da manhã, chamado Na Fumaça do Gongo, com uma comunicação muito próxima do povo. De tarde, vinha como Altamiro Viana com o programa Onde Canta o Sabiá. Era Tiro Seco de manhã, um personagem com uma comunicação muito caipira. E à tarde vinha o Altamiro Viana.
Emocionado, Vila Nova relatou como foi gratificante trabalhar com o radialista. "Era um espetáculo de pessoa, íntegro, um pai de família exemplar e um profissional maravilhoso. Nunca quis se envolver na política. Eu trabalhei com Tiro muitos anos. Meu amigo querido. Fiquei sentido demais quando ele partiu. Me emociona falar de Tiro Seco, porque, pense num velho maravilhoso. Tiro Seco merece muitas homenagens. Eu era guri. Acordava cedinho e minha mãe preparava o café pra eu ir pra escola. O rádio já estava ligado ouvindo Tiro Seco. Aí eu cresço e viro amigo de Tiro Seco. Que espetáculo. Que privilégio que eu tive de poder trabalhar com Tiro, de poder conviver com Tiro. Alma maravilhosa, um homem sensacional."
Vila Nova também lembrou que, em uma enquete feita anteriormente sobre o nome da Ponte Jorge Amado, as sugestões “Altamiro Viana" e "Zé Tiro Seco” foram as mais votadas, mas a decisão final coube à Assembleia Legislativa e ao Governo do Estado. Ele reforçou que a cidade ainda deve uma homenagem justa ao radialista.
Nas redes sociais do Otabuleiro e da rádio Ilhéus FM, Vila Nova trouxe uma novidade para os ilheenses. O vereador Nal Araújo vai propor uma homenagem ao radialista Zé Tiro Seco. "Quando eu fiz esse comentário no programa pela manhã, o vereador Nal Araújo me mandou uma mensagem. Em seguida, conversamos por telefone e ele disse: 'já estava no meu radar fazer homenagem a Zé Tiro Seco, pela importância dele para o povo de Ilhéus'. Portanto, eu fico muito feliz em saber que nós de Ilhéus, através da Câmara de Vereadores, através do Vereador Nal e com certeza outros vereadores vão querer subscrever um projeto de lei dando o nome a uma rua, a uma praça, a uma avenida e batizando essa rua, essa praça, essa avenida com o nome de Altamiro Viana, Zé Tiro Seco", declarou
A Trajetória de Zé Tiro Seco
Altamiro Viana dedicou 66 anos de sua vida ao rádio. Seu personagem Zé Tiro Seco, um caipira carismático e divertido, marcou gerações com programas como "Na Fumaça do Gongo" e "Onde Canta o Sabiá", transmitidos pela Rádio Cultura. Pela manhã, Altamiro alegrava os ouvintes com histórias e piadas; à tarde, suas interações com o público criavam laços que iam além das ondas do rádio, unindo famílias de zonas rurais e urbanas antes da era digital. O jornalista Elias Reis descreveu Altamiro como “o rei do rádio regional do sul e extremo sul da Bahia”. Ele destacou episódios marcantes, como a brincadeira sobre uma baleia encalhada na Praia da Avenida, que atraiu centenas de pessoas ao local, comprovando a força de sua audiência e credibilidade.
Altamiro começou sua carreira em uma estação de alto-falante no bairro Ponta da Pedra e rapidamente conquistou espaço na Rádio Cultura de Ilhéus. Ao longo dos anos, recusou diversas propostas para trabalhar em emissoras de outras cidades, optando por permanecer em Ilhéus, onde construiu sua história.
Além de sua relevância profissional, Altamiro era um homem de família. Foi casado por 44 anos com Hilda Leite da Silva, com quem teve dois filhos e seis netos. Sua vida simples e dedicada ao rádio fez dele um ícone local, lembrado com carinho por todos que o conheceram.
O impacto de Zé Tiro Seco transcende sua época. Para muitos, ele não era apenas um comunicador, mas uma voz amiga que levava alegria e informação. Seu trabalho consolidou o rádio como uma ferramenta essencial de conexão e inclusão na região cacaueira.
A possível homenagem proposta pela Câmara de Vereadores é uma forma de eternizar a memória de Altamiro Viana, cujo exemplo de profissionalismo e dedicação à comunidade segue inspirando novas gerações. Como bem disse Vila Nova, “Zé Tiro Seco merece muitas, mas muitas homenagens”.
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