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Pawlo Cidade

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A ORIGEM DAS PALAVRAS

Alguns chamam este texto semanal de crônica. Mas o que é uma crônica? O dicionário afirma que uma crônica seria uma cópia de fatos históricos apresentados segundo a ordem de sucessão no tempo. No começo, limitava-se a relatos verídicos e nobres, mas, a partir do século XIX passou a falar também da vida social, da política, dos costumes, do cotidiano, de outros significados. Então, o que eu escrevo mesmo são crônicas, embora prefiro chamar de podcast.

O podcast teve sua origem na junção do termo “iPod”, dispositivo da Apple de reprodução de arquivos MP3 de áudio e “broadcast”, palavra em inglês que significa “transmissão” e por consequência, transmissão através do rádio. É sempre interessante estudar a origem das palavras e o que elas realmente significam. A parte da gramática que trata da história ou origem das palavras é chamada de etimologia. É pela etimologia que conseguimos explicar o significado de todas as palavras através dos elementos que as originam.

Por exemplo, o verbo judiar, que vem do verbete “judeu” mais o sufixo “iar” é chamado de verbo de carga depreciativa pois seria como “tratar como os judeus foram tratados” ou “maltratados como os judeus”. Quem conhece ou pelo menos ouviu falar do holocausto, sabe que a desgraça em que foram acometidos os judeus não tem ninguém que deseje isso para o próximo. Sendo assim, pense duas vezes antes de usar o verbo ou a palavra “judiar”. Ele carrega mais que uma simples palavra, ele retrata um dos mais tenebrosos períodos da nossa história.

Na mesma categoria deste verbo originário do sofrimento judeu está um outro que a gente costuma usar sem perceber seu real significado. Ao afirmar que “Fulano tem a mania de denegrir a imagem do irmão”, você corre o sério risco de não só falar do outro como cometer a prática do racismo. Explico: o verbo denegrir que significa “tornar negro, escurecer”, algumas pessoas associam à raça negra. Dizem que o verbo tem significado racista, portanto, estaria denegrindo, digo, prejudicando a raça e não somente a imagem de alguém.

E as palavras indígenas? Estas possuem significados interessantes. Estamos tão acostumados com elas que nem sabemos seu real significado. Por exemplo: “carioca”, casa de homem branco. Biboca, moradia simples; Acre – rio verde; Amanda – chuva; Goiás – de raça igual; Iracema – lábios de mel; Peba – branco; Tatuapé – caminho de tatus. E, para finalizar, vou brincar com estas palavras indígenas escrevendo o seguinte texto:

A casa de Amanda era uma biboca, perto de um acre que quando enchia pela chuva, cobria o Tatuapé. Por mais que Amanda dissesse que Iracema, que vivia do outro lado do rio, não era sua irmã, todos sabiam que elas eram de goiás.

Por: Redação O Tabuleiro
Dia 17/05/2019 10h59

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