Eu quero acreditar que esta será uma eleição ímpar. Uma eleição simplesmente singular. Eu quero acreditar que haverá uma grande renovação política na câmara de vereadores e no comando de algumas prefeituras do Sul da Bahia. Eu creio que esta eleição marcará, para sempre, a maneira de pensar do cidadão brasileiro, sobretudo dos meus conterrâneos ilheenses. Eu creio.
A fé é um sentimento, uma crença, individual. Mas ela também pode ser coletiva, pode ser emanada de um grupo, de uma sociedade. Enquanto viver, continuarei acreditando na renovação, na transformação do ser humano. Eu até acreditei que a pandemia pudesse mudar as atitudes, a forma de ver as coisas, a vida, o mundo. E ainda continuo acreditando.
Mas aí eu vejo alguém perguntando quanto o vereador Zé vai pagar na boca de urna ou se o candidato João lhe der isso ou aquilo, o voto desse eleitor é garantido. O engraçado é que esta mesma pessoa que negocia seu voto amanhã é o primeiro a falar que a sua rua tem problemas, que as políticas públicas não chegam até ele, que as filas nos postos de saúde são gigantescas ou que agendar uma consulta só dá certo se ele sai às três da manhã para ser o primeiro da fila. Reclama que não há vagas na escola para seus filhos e que a coleta de lixo é uma porcaria!
Esse mesmo eleitor que negocia seu voto, reclama porque o vereador que ele elegeu vota a favor do aumento da passagem de ônibus, voto a favor do aumento do IPTU, vota a favor da mudança histórica do nome da sua rua para dar nome a “mãe de Pantanha”, como diz meu amigo, Vilanova. Reclama que o prefeito não constrói uma creche, não dá aumento ao funcionalismo público, massacra os professores, esquece a zona rural. A tão sofrida zona rural ilheense.
Eu quero acreditar que você, amigo eleitor, amiga eleitora, não venderá seu voto nestas eleições. Seu voto é sua arma, seu grito de liberdade, seu mantra de mudança, de transformação. Portanto, quando estiver na urna, pense nisso. Afinal, o voto é secreto e ninguém, exceto Deus, vai saber em quem você votou.