Para quem acredita em mandingas, diz-se que Ilhéus não sai do seu bucólico, e ao mesmo tempo, provinciano pensamento para entrar de uma vez na veia do desenvolvimento porque enterraram uma cabeça de jumento bem no centro da cidade, mas precisamente na feirinha da Guanabara. E enterrar cabeça de burro dá um azar danado. A mandinga folclórica diz que enterrar cabeça de um jumento, animal que é resultado do cruzamento de um burro com uma égua, gera um burro que não tem nenhum valor comercial. E o pior, o animal nasce estéril.
Ainda bem que esta fantasia popular tem ficado no campo apenas da imaginação porque se a tal cabeça foi mesma enterrada por um político que, no passado, perdeu uma eleição que ele considerava ganha e por vingança enterrou a tal cabeça de jumento na feirinha, talvez alguns arqueólogos encontrem a cabeça fossilizada do bicho embaixo daquele asfalto da antiga Ilha das Cobras, onde também está a Praça em homenagem ao economista, historiador, jurista e político brasileiro José da Silva Lisboa, o popular barão e Visconde de Cairu.
Mas eis que Ilhéus há vinte anos espera por uma nova ponte. A antiga, Lomanto Júnior, pedia socorro. Já não aguentava mais tanto veículo todos os dias. Sofre, diariamente, com a falta de manutenção e, muitas vezes, treme quando toda a sua extensão está ocupada pelos carros. A ponte do Pontal é como um gigante segurando nos braços todo o peso do sul ilheense.
Certamente, os que creem na cabeça de burro, não criam na chegada da Ponte Jorge Amado. A nova ponte ou ponte nova como chamarão daqui para frente. “Você vai aonde? No Pontal. Vai pela ponte velha ou pela ponte nova?” Ninguém vai chamar de Jorge Amado ou de Lomanto Júnior, vai chamar de Ponte Nova. E viva a Ponte Nova, a “ponte do povo grapiúna”, a ponte de Ilhéus, Una, Canavieiras, Santa Luzia, Uruçuca, Itacaré, Itabuna e tantas outras cidades que virão ver a primeira ponte estaiada da Bahia, com seus 533 metros de extensão e seus 46 estais fixados ao mastro de quase 100 metros de altura com o Cristo Redentor, na cabeceira norte, de braços abertos, recebendo os mais de 10 mil carros que passarão por ela dia após dia.
Parabéns, governador Rui Costa por colocar a princesinha do Sul da Bahia na vanguarda das cidades desenvolvidas, avançando 20 anos no seu tempo. Se esperamos 20 anos, melhoraremos 20 anos em apenas um dia. É disso que Ilhéus precisa. Homens que construam pontes de desenvolvimento, pontes de diálogos, pontes de investimentos, pontes de sabedoria e pontes de esperança. Que venha a ponte ligando a Praia do Marciano ao bairro São Miguel; a ponte Nelson Costa-Teotônio Vilela, o Rodoanel ligando o Banco da Vitória ao bairro do Iguape, a duplicação da BR 415, o asfaltamento da Pontal-Buerarema e tantos outros grandes investimentos infraestruturais para nossa região. Obrigado, Rui, por amar esta terra, como todos nós. Vida longa ao governador da Bahia, Terra mãe do Brasil. Aqui tem trabalho.