Para que haja uma grande transformação cultural numa instituição e, quiçá, numa cidade, é necessário, a princípio, alguns elementos que até parecem simples – mas requer um estudo bem específico e peculiar de cada um deles. Estes elementos, considerados como o novo código da cultura, a partir de um livro homônimo que promete uma transformação organizacional em sua empresa, se encaixam muito bem quando o assunto é gestão da cultura. Vou tentar sintetizar cada um deles, porque um espaço como este não daria tempo de descrever com detalhes cada um.
Vejamos, o fator “Tempo”. Projetos que almejam transformação não podem ser executados a curto prazo. É preciso uma ação a médio e longo prazo. Projetos ligados ao imediatismo se transformam em eventos. E tudo que a gestão cultural não quer é virar uma produtora de eventos e sim um órgão fomentador de eventos. Estes eventos, por sua vez, precisam ser ações estruturantes.
Um segundo elemento seria o “Sistema de Reconhecimento da Organização”. Mostrar independência, plano de trabalho, metas a serem alcançadas, gestão, não é uma tarefa fácil. Muitas vezes, agir desta maneira é ir na contramão dos demais órgãos de governo. E quando uma instituição caminha de forma transparente, organizada e focada gera desconforto para quem não anda no mesmo compasso.
Um terceiro ponto consiste na “Participação da liderança no processo”. O líder e seus liderados devem estar presentes em todas as ações executadas e planejadas. Criar e não comparecer, ficar sentado no gabinete somente dando ordens, as coisas podem até caminhar, mas elas, logo-logo tendem a fracassar. O gestor precisa estar presente sempre. Desde a criação a finalização do processo.
Uma quarta questão está ligada aos “Processos, práticas e rituais da instituição”. O gestor cultural precisa conhecer tudo isso. Até mesmo para destravar quando as coisas emperram no meio do caminho. Ele precisa conhecer de perto como a máquina funciona e como pensam e executam seus colaboradores. Às vezes um processo para por causa de uma bombagem. Se o gestor sabe o motivo e os meios de fazer andar o processo, a máquina flui.
Por fim, um quinto elemento e não menos importante que os demais, é a questão da Estratégia de Comunicação. Ter uma assessoria de comunicação própria é fundamental. A comunicação precisa chegar de forma clara, limpa e direta a todos. E quando digo todos, até a zeladora precisa saber o que está acontecendo na instituição, já que ela pode ser a porta de entrada em algum momento.
Cada um destes elementos requer trabalho, pesquisa, planejamento. Todos eles, reunidos, tendem a criar um programa de ação de estado, apto a uma verdadeira transformação cultural.